Aos novos líderes
Vivemos tempos conturbados. Das decisões difíceis, das decisões que afectam, de verdade e na essência, as vidas de mais ou menos pessoas sob nossa responsabilidade. É um amargo de boca que surja desta forma, por uma nova forma de peste, e, no entanto, este é o momento em que reconheço quem se tem destacado na tomada de decisões, quem tem liderado de verdade nesta incerteza.
Por todo o lado lemos mensagens de quem encerra temporariamente os negócios, de quem pede às suas equipas que trabalhem a partir de casa. Lemos e ouvimos conselhos genuínos cuja única intenção é contribuir para que a linha de contágio se quebre. Ao longo da semana, temos sido tocados por quem decidiu mesmo antes das notícias ou das decisões maiores que afectam todo o país, sem prazo certo à vista.
Há quem decida com base no seu instinto, na sua melhor capacidade de perceber quanto pior poderá ser se outro rumo for decidido, há quem decida na urgência, com a pouca informação que caracteriza uma CRISE, tal como neste momento que vivemos. E, no entanto, não deixam de decidir! Avançam porque sabem que enterrar a cabeça na areia não é solução.
Quem decide assim está no terreno. Percebe o que se passa. Está disponível para liderar, naturalmente. Estes são os líderes do momento. Que com mais ou menos medo avançam. Carregariam os seus – família, equipas, clientes, quem for – daqui para fora, seja lá onde isso for!
Este é o momento destes líderes – recentes e menos recentes – perceberem que o seu papel é vital nestes dias! Mas também será nos próximos, pois haverá mais mundo depois e que guiar os seus é fundamental, depois de lambermos as feridas, para nos tornarmos mais fortes.
Liderar não é fácil, bem sei, que o aprendi na pele. Mas o mundo fica bem melhor quando nos sentimos inspirados pelo exemplo, pela força de vontade de alguém que acredita uma réstia mais no caminho escolhido. Que acredita, sobretudo, no resultado a que vamos chegar.
Olhos no futuro, por favor!