ser interessante não é ser perfeito!
ser perfeito não existe. nós sabemos, por experiência própria. e por análise filosófica, aprendemos na escola e com os pensadores. por que razão haveria de ser diferente no em temas que não são o nosso dia-a-dia?
esta ‘verdade’ aplica-se também aos momentos em que nos expomos. aos momentos em que organizamos um conjunto de palavras num discurso e deixamos que nos saiam as palavras pela boca. quando tomamos a liderança numa reunião, perante o chefe, os pares, os clientes. onde já se viu perfeição? quem já viveu essa perfeição?
só com algum treino conseguimos tornar o momento melhor. mais adequado. porque experimentamos palavras. ideias. e temos a oportunidade de melhorar, de aprimorar e substituir o que não sai de forma correcta. ou bonita. e assim lá ficamos mais perto da perfeição que tanto ambicionamos.
a verdade é que conseguimos passar grande parte da nossa vida sem abrirmos a boca ao ponto de nos sentirmos expostos. os testes ainda são sobretudo escritos. ainda há hierarquias estabelecidas nas salas de aula – professor, aluno – e em muitos escritórios, quanto mais não seja por receio de defraudar a avaliação que possam fazer de nós.
para disfarçar, muitas vezes, pensamos que quanto maior a busca pela perfeição, melhor seremos. mas não nos enganemos com esta aproximação, não corremos o risco de queimar as asas como Ícaro, já que não chegaremos assim tão perto do sol da perfeição.
mas ainda bem que não chegamos lá. é nesta distância que estará o que verdadeiramente interessa. é nesta distância que temos oportunidade de mostrar o que temos de facto de diferente, de novo. a imperfeição conquista quem teremos na nossa frente!
é nesta diferença, na imperfeição, que nos deixamos atrair, que nos deixamos ir. que nos revemos, que nos inspiramos e que nos motivamos. posto isto, para quê querer ser perfeito? ser bom, sobretudo ser real é tão, mas tão melhor!