sobre boas conversas #13
gosto quando um cliente se propõe inspirar. é um objectivo ambicioso. mais até do que motivar.
quando inspiramos, a motivação não chega a ser tema, porque nasce uma vontade imperiosa de seguir quem inspira. há toda uma conquista, há toda uma doçura que encanta quem ouve. as barreiras baixam. os ruídos silenciam-se.
a dificuldade de inspirar pode colocar-se ao início. porque é mais difícil cativar para a conquista. afinal de contas gostamos de julgar. de catalogar. e quem inspira contraria-nos. e surpreende-nos.
quem inspira transpira verdade. transpira intensidade. tem uma espécie de luz que ilumina toda a sala. e tem uma boa 'história'. um guião que é uma viagem. que começa alinhada com o ponto que vamos descobrir. como se caminhássemos rumo ao ponto mais alto, que vai estar sempre na nossa linha de visão, ao longo do caminho. e toda a história relata o caminho até chegarmos à vista imensa quando chegamos ao ponto alto. esse é o momento em que tudo parece fazer sentido. esse é o momento em que deixamos todas as peças da história se encaixem. esse é o momento em que respiramos fundo e deixamos a história viver em nós. FOMOS E ESTAMOS INSPIRADOS!
e aquela verdade, aquela intensidade, aquela luz estão na história. fazem parte dela. estão no adn de quem a conta. arrepiam-nos. sentimos as borboletas na nossa barriga.
o guião da história cumpre com estas sensações. na verdade, dita-as. lança-as. naturalmente.
se quer inspirar com a sua história, limpe-a de espinhas. tire-lhe o acessório. defina o caminho para aquela imagem inacreditável que se avista do alto da montanha. e não precisa de ser um caminho necessariamente linear. mas as pedras mais desafiantes, os caminhos de água que refrescam, os momentos de calor e de quase exaustão, vão ter que lá estar.
assim como a clareza: a mensagem tem de estar e ser óbvia. seja claro com o que nos traz.
está a ver-se a arrebatar a sua audiência na próxima intervenção?
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